quinta-feira, 4 de março de 2010

CIGANA DA CALUNGA

Pomba-Gira da Calunga, é uma entidade muito poderosa e muito prestigiada por mulheres e homens que perderam seus amores por algum motivo ... Esta Pomba-Gira é procurada também para problemas de saúde e de abertura de caminhos e vícios.
Pomba-Gira da Calunga foi uma moça que durante o tempo que viveu no mundo terreno, passou por inúmeros sofrimentos na vida terrena , perdeu os pais muito cedo e foi criada na rua. Foi mulher da vida, viciada no álcool, praticou inúmeros abortos e morreu de suicídio. Esta entidade quando chegou no mundo espiritual pertencia ao limbo, onde sofreu ainda mais as dores de suas faltas aqui na terra. Através do Exu da Calunga que ela conheceu em um momento de desespero,tornou-se sua assistente direta e conheceu a Umbanda onde foi Coroada como a Mulher do Calunga, que hoje é conhecida como Pomba-Gira da Calunga uma entidade de fé e conhecedora dos mistérios das sombras.
“Na penumbra da noite os morcegos chiam... no portão da calunga surge uma mulher... tão linda como a madruga ... é pomba-gira da calunga... ela é exu mulher

MARIA PADILHA DAS ALMAS


MARIA PADILHA DAS ALMAS
Falar desta entidade tão apreciada e poderosa dentro da Umbanda é uma honra! Mais como existem tantas histórias relacionadas a esta entidade, que achei melhor incluir aqui uma poesia que se baseia na sua real história e ao mesmo tempo tem a síntese desta nobre entidade que é Maria Padilha das Almas.

Vou contar uma lenda de uma pobre Maria ,Que conheceu o luxo e a agonia !Vou contar a lenda de Maria Padilha ,Que escondia a sedução sob a mantilha !Ela viveu no século XIV , cheio de magia ,Misticismo e fantasia !Ela nasceu na Espanha valorosa ,Formosa e maravilhosa !Ainda criança , Maria Padilha foi abandonada ...Por sua mãe , que era uma coitada ...Ela era filha de mãe solteira ...E virou uma órfã verdadeira !Ela nunca teve uma família inteira ...Assim , ela foi criada por uma feiticeira !Ela gostava de dançar o “flamenco” sensual ... De uma forma especial !Ela gostava de vestir preto e vermelho ...Para treinar a dança no espelho !Na adolescência , ela virou uma cortesã elegante ...Conhecendo muita gente importante !Ela foi apresentada à Dom Pedro I de Castela ...De uma forma elegante e bela ...Pelo primeiro ministro numa festa ...Ao som de uma linda orquestra !Assim , os dois dançaram ...E se apaixonaram ...Mas , Pedro estava noivo de Branca de Bourbon ,Que era frágil e sempre saia do tom !Mas , Maria Padilha fez uma bruxaria ,Que gerou uma grande agonia :Ela jogou um feitiço no cinto em que Branca ...De uma forma ingênua e franca ...Presenteou o seu amado ...De um jeito calado !Assim , depois do casamento ...Sem nenhum sentimento ...Aconteceu um tormento :Branca , dois dias depois , foi abandonada ...Sem entender , absolutamente , nada !Depois , os membros bastardos da família real ...Seqüestraram Pedro de um jeito sensacional !Mas , com a ajuda de Maria Padilha ... Pedro escapou de toda aquela matilha !Então , ele decidiu transferir sua corte para Alcazar de Sevilha ...Junto com sua amada Maria Padilha !Depois , ele bolou uma vingança sem piedade ...E matou seus 9 irmãos traiçoeiros de verdade !Por causa desta vingança de fel ...Ele ficou conhecido como : Pedro , o cruel !Com Maria Padilha , ele teve 4 crianças ...Carregadas de coragem e esperanças !Porém , um dia ...Cheio de agonia ...A linda Maria ...Morreu vítima da peste negra com muita dor ...Mas , Pedro chorando com ardor ...Nomeou a amada morta como rainha original ...De uma forma especial !Porém Pedro , o cruel ...Conheceu o próprio fel ...Morrendo nas mãos do único irmão bastardo que escapou a sua ira ...Mas , que conheceu a atrocidade e a mentira !Esta é a história de Maria Padilha ,Que escondia a sedução sob a mantilha ...E que de tanto fazer magias e de possuir um olhar de vampira ...Tem seitas que dizem que ela é a real pomba – gira .

Maria Padilha é uma pomba-gira muito feiticeira e adora vestir preto e vermelho, recebe seus pedidos e oferendas nos cruzeiros de chão como em cemitérios. Adora bebida Anis, farofa amarela e bolinhos de carne moída com pimenta, Recebe rosas vermelhas, cigarrilhas e adereços de mulher. Trabalha para ambos os lados, basta pedir que ela estará lá prontinha para te ajudar! Amarra, desamarra, abre e fecha caminhos... Quando esta incorporada é muito dançante e alegre, fala alto e dá muita risada

”É noite no cemitério... é noite em zoxilá...é exu Maria Padilha que acaba de chegar... trás no ombro uma coruja... sua saia vem rodar... vem rodar exu das a rainha zoxilá!”

POMBA-GIRA MENINA


POMBA-GIRA MENINA
Pomba-Gira Menina é uma entidade muito carismática e apreciada pelo povo de umbanda, pois adora trabalhar quando esta na terra e suas médiuns são sempre pessoas alegres e de aparência muito jovem. Ela trabalha para amor, união,concursos e tudo o que for a respeito de progresso material! Mais como toda moça de sua idade é muito vaidosa e esta sempre arranjando pretendentes para as suas médiuns que mesmo sendo pessoas de idade, seus pares são pessoas sempre bem mais novos.
Sua oferendas devem ser bem brilhantes e perfumadas, adora, rosas, incensos, banhos cheirosos, chmapgne sem alcool e panos vermelhos... brincos e pulseiras nunca podem falatar para quem quer fazer algum pedido a esta gira. Ela recebe suas oferendas nos cruzeiros e parias e em noites de lua cheia gosta de recebe-los em uma campina de baixo de uma árvore frondosa. Trabalha da linha de Iançã por isto quem não quer ficar solteira(o) apele para esta pomba-gira que fará seus trabalhos com muita alegria e firmesa.

"Em uma macieira avistei uma mulher, mais quando cheguei mais perto deparei me com uma menina, ela era alegre, bonita e cheirosa e foi quando eu dei por mim que se tratava da pomba-gira menina, moça que enfeitiça , amarga e cobiça os corações de quem ela não gost

MARIA PADILHA DE CASTELLA



MARIA
PADILHA DE CASTELLA
A Verdadeira História
A verdadeira história desta entidade ainda não esta comprovada de fato! Porque devido a várias histórias contadas e publicadas sempre deixa um fecho para inúmeras controversas. Já faz um bom tempinho que venho lendo e pesquisando histórias de Maria Padilha ou ( Maria de Padilha) que vem a ser o verdadeiro nome da amante rainha do Rei de Castela.
A história conta que Maria de Padilha era uma jovem muito sedutora que foi viver no reinado de Castela como dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela ( O cruel ) . Sendo que esta moça tinha um tutor e este responsável e tio da bela donzela, que também era herdeira de sangue nobre, devido a influencia de seu pai na corte espanhola.
A lenda conta que D.Pedro de Castela já estava noivo de D. Blanca de Bourbom, uma jovem pertencente a corte francesa, que foi enviada para Castela para casar-se com D. Pedro porque este estava já para assumir o Reinado do pai, no ano 1350.
D. Maria de Padilha e o Rei de Castela depois de apresentados, fulminaram-se de paixão um pelo outro e mesmo as escondidas começaram um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceito pela família e tampouco pela corte.
D.Pedro I de Castela, não queria casar-se com D. Blanca de Bourbom , mais este casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte Espanhola e Portuguesa.
Dizem que Maria de Padilha, trabalhava na magia com um judeu cabalista e que este a ensinou muitas magias e através destas... conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Conta a história que ela foi uma das grandes responsáveis pelo o abandono ou morte de D. Blanca de Bourbom pelo rei, digo abandono ou morte porque ainda é uma história muito confusa... alguns livros indicam que D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei... outros apenas citam que ela foi abandonada por ele e devolvida a sua família na França por ele ter assumido seu amor por Maria de Padilha.
Maria de Padilha de Castela, depois do sumiço de D. Blanca passou a viver com o Rei em seu castelo em Sevilha, palácio que foi construído e presenteado a Maria de Padilha pelo seu amado rei de Castela.
Maria Padilha deu quatro filhos ao rei de Castela sendo que o primogênito morreu em idade tenra.
Ao contrario do que conta muitas histórias publicadas desta grande personagem, Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, fez com que seu súditos beijassem as mãos do corpo falecido por peste negra e a enterrou nos jardins de seu castelo.
O Rei anunciou ao sei reinado que havia casado com D. Maria Padilha as escondidas e que queria que seu filhos com ela fossem reconhecidos como herdeiros do trono e que a imagem de Maria Padilha diante do povo fosse de uma Grande Rainha.
Um ano mais tarde o rei veio a casar-se de novo, mais nunca escondeu que o grande amor de sua vida tinha sido D. Maria Padilha, os contadores contavam que o feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria eterno!
Alguns anos depois o Rei de Castela veio a falecer pelas mão de seu meio irmão bastardo que acabou assumindo o seu posto de Rei de Castela... o corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.

Dizem que a entidade de Maria Padilha, na sua primeira aparição, foi em uma mulata no tempo da corte de D.Pedro II no Brasil , onde esta mulata em um sessão da Catimbó... recebeu uma entidade muito feiticeira e faceira que se apresentou com D. Rainha Maria Padilha de Castela e contou a sua história e que depois dela outras Padilhas viriam para fazer parte da sua quadrilha.
Dizem que depois desta anunciação de D. Maria Padilha, ela só voltou mais uma ou duas vezes e que não mais chegaria na terra por sua missão presente estar cumprida, mais que por castigo de Jesus e por mando do Rei das Encruzilhadas ela ainda permaneceria na terra e confins, comandando a sua quadrilha de mulheres e exus para todos os tipos de trabalhos... Depois disto, nunca mais ninguém voltou a ver ou assistir a curimba desta poderosa entidade rainha das giras. Há muitos pais de santo e estudiosos que dizem que D. Rainha da Sete Encruzilhada é D. Maria Padilha de Castela, por ter sido ela eleita a Rainha de todas as giras, mais esta desconfiança, ainda não foi esclarecida, nem pelas próprias identidades que trabalham com D. Rainha das Sete Encruzilhadas. Esta desconfiança gerou porque D. Padilha de Castela se titulava Rainha e sempre saudava as sete encruzilhadas, onde morava o seu rei e de onde ela reinava.

"Sou guerreira, bonita e maliciosa... Minha coroa vem de Nazaré! Eu saúdo a Jesus Cristo pois ele é quem me deu o meu trono de fé! dizem que sou mulher de Belzebu, este nem mesmo sei quem é! Sou mulher de quem me de respeito e companheira de Exu Rei e Cipriano e também Exu Tararé!"

CIGANA MARIA QUITÉRIA


CIGANA MARIA QUITÉRIA
Esta pomba-gira de fé é da mesma banda de Maria Padilha, é uma entidade muito forte que comanda uma falange muito grande de mulheres... pomba-gira Maria Navalhada é sua subordinada. Ela acompanha sete exus e se apresenta sempre quando bem incorporada como uma mulher forte e sem rodeios... ao contrário do que muitos pensam estas entidades apesar de serem muito sensuais... não costumam se insinuar a ninguém... a sensualidade faz parte da sua maneira de viver e é assim que elas se aproximam dos seus filhos de fé! Maria Quitéria aceita seus pedidos e oferendas nas encruzilhadas e cruzeiros... toma champanhe em taça, gosta de cigarrilhas longos, bijuterias, perfumes, velas vermelhas e toalha vermelha e preta... Suas oferendas tem que sempre estarem impecáveis... assim é esta exigente entidade.

“Salve exu de banda, salve exu mulher, salve pomba-gira Maria Navalhada, salve sua rainha Maria Quitéria e toda a sua cambada...”

CIGANA- FEITIÇEIRA


CIGANA- FEITIÇEIRA
O que muita gente não sabe que cada entidade cigano tem sua função no astral e quando na terra, trabalham com afinco para exercer com maestria suas tarefas.
Pomba-Gira Cigana Feiticeira é considerada a rainha do povo cigano no astral, pois é através dos seus ensinamentos que os ciganos conhecem as suas origens e suas tarefas no mundo astral. A Cigana Feiticeira é uma entidade que quando chega na terra para trabalhar trás consigo a sabedoria e a liderança de seu povo nas suas atitudes. È sempre a Cigana mais bem vestida e não faz economias nos seus trajes. Não gosta de vestidos com muitos babados, porque já não é moça, mais adora seus dedos e braços bem enfeitados com pulseiras douradas e anéis de esmeralda. Ela diz que o dourado simboliza o ouro que é o poder material e a esmeralda simboliza a saúde vital nescessário para a alma. O nome dado Feiticeira não é por acaso, pois trabalha muito na feitiçaria, adora trabalhar para a saúde e bens materiais e com oferendas bem ornamentadas pode amarrar um homem ou mulher como ninguém! Adora conversar sentada, não gosta muito de dançar... só costuma rodar sua saia em noites de lua quando chega para trabalhar.
Suas oferendas são sempre muito complexas e sempre depende do que quer pedir ou ofertar... adora flores, velas coloridas, perfume, bandeja de frutas, cigarrilhas, pulseiras e guizos ... Nunca esqueça de estender uma toalha de cetim vermelho para ofertar a esta cigana, pois caso contrário ela não vai aceitar. E não esqueça que ela gosta da lua cheia das sextas-feiras. Suas oferendas são entregues nos campos verdes ou embaixo de árvores frondosas.

“Em noites de lua ela é a rainha, em dias de sol ela é Nazaré, na umbanda ela é a rainha cigana, feiticeira de fé! Traz na mão um cedro dourado, sandálias de prata nos pés, ela é a rainha cigana feiticeira que vem pela campina trabalhar seus filhos de fé!"

CIGANA DO CABARÉ


CIGANA DO CABARÉ
Esta entidade de Pomba-gira é da linha da Pomba-Gira dama da Noite e trabalha subordinada a ela, Esta pomba-gira também muito querida na linha da umbanda e quimbanda, costuma trabalhar para a sensualidade e sexo e gosta de receber suas oferendas nas encruzilhadas perto de algum prostibulo, pois sua vibração descente de uma boate onde trabalha mulheres da vida. No sudeste do Brasil esta entidade é muito cultuada pelas prostitutas, pois dizem que sendo suas devotas... sempre estaram belas e com a clientela em cima! Elas atribuiem toda a sua sorte a pomba-gira do cabaret que também gira para todas as pessoas que buscam seus préstimos!

" Ela é de fé! ela trabalha em um cabaret! ela é Maria aceira do trono da dama... ela é Rosa Batista a gira da trilha, que traz seu desejo debaixo da saia"

POMBAGIRA CIGANA DO CEMITÉRIO

sábado, 5 de janeiro de 2008


POMBAGIRA CIGANA DO CEMITÉRIO
Esta bela entidade que faz parte do povo das almas é uma das pomba-giras mais lindas quando esta incorporada, e é muito requisitada para trabalhos de amor e separações... Como é uma Pomba-gira de pura sedução esta sempre buscando companhias, por isto não é raro pessoas sentir e ver sua presença em cemitérios e calçadas próximas em noites de lua cheia, principalmente homens. E uma das giras mais próximas do mundo terreno e adora trabalhar para ambos os sexos. Sua arte é a sedução... e esta sempre mostrando seus poderes tanto no mundo astral como quando esta trabalhando em nossos terreiros. Adora receber suas oferendas e pedidos nos portões e nos cruzeiros de cemitério... não pode faltar rosas vermelhas, licor, champanhes roses, perfumes e adereços... Nunca se surpreenda com esta entidade e tenha certeza dos seus pedidos, porque pomba-gira do cemitério, trabalha para todos lados e quando ela promete... ela cumpre! O lema dela é” Faça a sua parte ... que eu faço a minha”

“Ela é rainha na sua morada... na sua morada ela é poder e fé! Ela é a dona do cemitério ... ela é o exu mulher...”

MARIA ROSA


MARIA ROSA
Maria Rosa é uma pomba-gira que trabalha na linha das almas, mais também recebe suas oferendas em cruzeiros de pomba-giras. Trabalha para o amor e tudo que estiver envolvido neste sentido, sendo para união, castigo ou dano. Deve se ter muito cuidado para o que se pede para esta gira, pois ela trabalha da linha de Obá, e é vulgarmente conhecida como Maria Navalhada. Nunca tente pedir um companheiro(a) para esta entidade se este for casado, pois ela trabalha com as navalhas de baixo da sua saia e voce é quem sairá sofrendo neste dano, pois ela não entrega quem cobiça homem casado. Agora se quiser alguém solteiro e que este não esta lhe dando bola... seus trabalhos são infalíveis e pode apostar que o que pedir terá! basta ter fé no poder desta maravilhosa entidade

"venho do cruzeiro da calunga, na minha cabeça tenho obá, sou mulher das navalhas quem brinca comigo pode se ferrar!"

RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADA


RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADA
Foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês que a tornou Rainha. Passou-se alguns anos e o Rei veio a falecer. A rainha passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte indignados porque ela não teve filhos para deixar o trono como herança e tampouco parentes sangue azul para substituí-la após a sua morte. Devido a tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranqüilidade que já não tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se. Não demorou muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido. Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e guerreando com inimigos astrais... O feito deste casal no astral tornou-se tão conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas o maior reino do astral médio superior.Passou-se muitos anos e o Rei que havia envenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado até ela. O homem ainda atônico sem entender ainda o que estava acontecendo com ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por ter-la envenenado. E hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita importância no mundo astral superior e inferior.
A Pomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado trazendo na mão um cedro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras, pois ela é muito exigente. A Pomba-Gira Rainha das 7 Encruzilhadas também é conhecida no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia idade, muito reservada , educada, iteligente e culta. Ao contrários que muitas pessoas pensam... é uma entidade calma e tranqüila, mais quando chega ao mundo para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde expressa todo o seu poder de vitórias.

“Foi Iansã quem lhe deu força! Ela é a Rainha do Candomblé... vamos sarava nossa Rainha Pomba-Gira ela é o exu mulher... bis: Vamos sarava nossa Rainha Pomba-Gira ela é o exu mulher...”

Saravá D.Rainha!

não de deixe humilhar sua religião

Não se deixe humilhar, se alguém ofender sua crença, sua religião, saiba que há leis que a protegem e cobre das autoridades competentes as devidas providências, previstas, inclusive, no código penal.Leia com muita atenção e guarde na memória os artigos, parágrafos e incisos que podem, e devem ser evocados caso sua religião ou você enquanto fiel sejam desrespeitados.
Legislação e Candomblé

Babalorixás e iyálorixás devem ser conscientes de suas obrigações com a sociedade e com os deuses africanos, e essa tendência, felizmente, tem se solidificado ao longo desses anos.Muitos.porém, desconhecem seus direitos, deixando-se subjulgar e admitindo ser tratados como cidadãos de segunda categoria.

Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil.

É preciso, portanto, difundir os direitos dos adeptos do Candomblé,bem como dos templos religiosos, assegurando a liberdade e a igualdade entre todos os brasileiros, independente de sexo, cor, situação social ou religião.

O grande desafio que se impõe ao Candomblé na atualidade é ser reconhecido como religião. A questão, embora muito clara para intelectuais de diversas áreas, sobretudo a antropologia e a ciências sociais, ainda permanece como uma incógnita para a sociedade, que não diferencia as religiões definidas como mediúnicas das de origem renciação e conhecimento;Candomblé é religião, não é seita”.Que fique bem claro, especialmente para os adeptos do Candomblé (já que qualquer movimento de revalorização começa de dentro pra fora).Candomblé é religião e muito mais, pois, ao preservar tantas tradições trazidas por nossos antepassados negros, tornasse um importante foco de resistência da cultura afro-brasileira .Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé é duplamente protegido na forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil. Outrossim, artigo 208 do Código Penal Brasileiro prevê, para o crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, pena de detenção de um mês a um ano ou multa.Para que todas as pessoas que professam o Candomblé fiquem cientes dos seus direitos é bom observar com atenção os artigos constitucionais que podem que podem e devem ser evocados quando qualquer cidadão sentir-se aviltado no que diz respeito à liberdade de crença religiosa.O artigo 5° da Constituição Federal assegura:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes à igualdade, à segurança e à propriedade.

O estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional.

Portanto, como a instituição assegura que não deve haver distinção de qualquer natureza, católicos, protestantes, evangélicos, umbandistas, espíritas, budistas, mulçumanos, membros do Candomblé e etc… são iguais em direitos e obrigações, estamos pois, submetidos às mesmas leis e devemos observar o inciso VI do artigo 5° da Carta Política de 1988, que diz:
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma , da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.Ainda na Constituição Federal, o parágrafo 1° do artigo 215 deixa muito claro que o Candomblé que é também evidente manifestação da cultura popular afro-brasileira, pode contar com a proteção do estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1°. O estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes do processo civilizatório Nacional. Na legislação infraconstitucional diretamente relacionada ao inciso VI do artigo 5°, o artigo 208 do Código Penal, merece menção, haja vista dos crimes que define têm sido cometidos frequentemente contra adeptos das religiões afro-brasileiras sem que se tomem providências primeiramente por uma nítida falta de interesse das autoridades e depois por que os adeptos, na maioria das vezes, não sabem que tais atos constituem crime.

Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito,assim como é um direito do crente pregar em praça pública ou do católico fazer procissões.

Artigo 208.Escarnecer de alguém, publicamente, por motivos de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.

Parágrafo único.Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente violência.

Como fica a situação quando a polícia, respaldada pelo poder do estado, infringe a lei?Se considerarmos que a proteção aos locais de culto e as suas liturgias é garantida na forma da lei, é dever da polícia, quando solicitada, prestar assistência aos adeptos para que possam cumprir seus rituais com segurança e não impedi-los por exemplo , de fazer suas oferendas.
Fazer uma oferenda numa encruzilhada é um direito, assim como é direito de um crente pregar em praça pública ou do católico, fazer procissões.A polícia também não pode invadir um terreiro de Candomblé, a menos que observe os trâmites legais.Todos tem direito a liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto, pois não são permitidos a nenhuma religião ou culto, atos atentatórios à lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal.

Todos tem direito à liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto.

Um adepto de determinada religião por exemplo, não pode evocar inciso VI do artigo 5° da Constituição, ou seja, suas convicções religiosas para livrar-se dos crimes estipulados no artigo 208 do Código Penal.Há que se observar o inciso VIII do artigo 5° da Constituição, que diz:
Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as evocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. O Brasil, por meio do Pacto de São José da Costa Rica, se comprometeu a respeitar o sentimento religioso, avaliando o documento que no artigo12.1 da Convenção, diz:

Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião.Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.

Devem os templos de Candomblé e seus sacerdotes começar a reivindicar os privilégios e isenções que a lei assegura aos ministros de confissão religiosa e às suas igrejas, como o direito à prisão especial, a contribuição, a Previdência Social na qualidade de sacerdote e a desobrigação de recolher alguns impostos como o IPTU.

É também importante difundir a lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, não só entre as pessoas do Candomblé mas para toda a sociedade, especialmente entre negros que sofrem muito mais com o preconceito que, mesmo camuflado pelo mito da democracia racial, existe no Brasil.

Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou convicção filosófica ou política.

Isso serve para ratificar que o caminho para viver plenamente a cidadania é o da consciência, que passa, necessariamente, pelo reconhecimento das leis que asseguram os direitos de todos os cidadãos brancos ou negros, crentes ou de Candomblé, ricos ou pobres.

Oranian

Orànmíyàn (Oranian) foi o filho mais novo de Odùduà e tornou-se o mais poderoso de todos eles; aquele cuja fama era a maior em toda a nação iorubá. Tornou-se famoso como caçador desde a juventude e, em seguida, pelas grandes, numerosas e proveitosas conquistas que realizou ." Foi o fundador do reino de Oyó. Uma de suas mulheres, Torosí (Torosi), filha de Elémpe, o rei da nação Tapá (ou Nupê), foi a mãe de Xangô, que, mais tarde, subiu ao trono de Oyó...

Oranian foi concebido em condições muito singulares, que sem dúvida, espantariam os geneticistas modernos. Uma lenda relata como Ogum, durante uma de suas expedições guerreiras, conquistou a cidade de Ogotún, saqueou-a e trouxe um espólio importante. Uma prisioneira de rara beleza chamada Lakanjê agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude. Mais tarde, quando Odùduà, pai de Ogum, a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre ele e a bela prisioneira. Nove meses mais tarde, Oranian nascia. O seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura, e branco do outro, como Odùduà, que tinha a pele muito clara..

II

"No começo a terra não existia, acima era o céu e abaixo era água e nenhum ser animava nem o céu nem a água. O todo poderoso Olodumaré, senhor e pai de todas as coisas, criou inicialmente sete príncipes coroados, em seguida, sete sacos onde havia búzios, tecidos, frutas e outras riquezas. Criou uma galinha e vinte e uma barras de ferro. Criando dentro de um saco negro, um pacote volumoso de uma substância desconhecida e, finalmente, uma corrente de ferro muito comprida, na qual prendeu esses tesouros e aos sete príncipes, deixando cair tudo desde o alto do céu. No limite do vazio havia só água.

Olodumaré do alto da sua morada divina, atirou uma semente que caiu na água, e logo uma enorme palmeira cresceu até aos príncipes, oferecendo um abrigo grande e seguro entre as suas palmas; os príncipes refugiaram-se aí e instalaram as suas bagagens.

Eram todos príncipes coroados e portanto todos queriam comandar. Como não chegaram a um acordo resolveram separar-se, sendo os nomes dos sete príncipes: OLOWU, que se tornou rei de Egba; ONISABE, que foi rei de Save; ORANGUN, que foi rei de Ila; OONI, rei de Ifá; AJERO, rei de Ijero; ALAKETU, rei de Keto; o mais jovem, ORANMIYAN que foi rei de Oyo. Antes de se separarem para seguir os seus destinos, os príncipes decidiram repartir entre eles a totalidade dos tesouros e as provisões que o todo poderoso lhes havia dado. Os seis mais velhos tomaram os búzios, pérolas, tecidos e tudo o que julgaram precioso ou bom para comer, deixando para o mais jovem o pacote de pano negro, as vinte e uma barras de ferro, e a galinha. Partindo os seis príncipes à descoberta das folhas da palmeira, Oranian ficou só, desejoso de ver o que continha o pacote de pano negro, abriu-o e encontrou uma porção de substância negra e desconhecida. Sacudindo o pano, a substância negra caiu na água, não desaparecendo, formando um montículo. A galinha voou para cima dele, e começou a esgravatar o montículo que se foi espalhando, ocupando o lugar da água, tendo assim nascido a terra. Oranian apressou-se a descer ao seu domínio, assim formado pela substância negra formando a terra e tomou posse da mesma. Por sua vez os seis príncipes desceram da palmeira, quiseram tomar a terra de Oranian, como já haviam tomado, na palmeira, a sua parte dos búzios, das sementes, dos alimentos, e dos tecidos.

Mas Oranian tinha armas. Suas vinte e uma barras de ferro se converteram em lanças, dardos, flechas, y na sua mão direita brandia uma larga espada e disse-lhes: "Esta terra é só minha. Lá em cima, quando me roubaram, vocês me deixaram apenas esta terra e este ferro. A terra cresceu e o ferro também. Com eles defenderei esta terra, vou matar a todos vós. Os príncipes pediam clemência, atirando-se aos pés de Oranian suplicantes, pediram que ele cedesse uma parte da sua terra para poder viver e continuarem a ser príncipes. Oranian concedeu-lhes a vida e deu-lhes uma parte da terra, exigindo apenas uma condição: que esses príncipes e seus descendentes deveriam permanecer sempre e os descendentes dos mesmos deveriam todos os anos render homenagem e pagar os impostos na sua cidade principal, para demostrar e recordar que ele havia tido condescendência com as suas vidas na sua parte da terra. Foi assim que Oranian se tornou rei de Oyo e soberano da nação Yoruba, isto é sobre toda a terra. Por fim Ife reinvindica a preponderância sobre Oyo, já que em Ife está guardado o sabre de Oranian, chamado sabre da "justiça" que os reis de Oyo devem segurar nas suas mãos durante as cerimónias de entronização, para garantir a sua futura autoridade. Encontram-se em Ife duas outras relíquias de Oranian: um grande monólito "OPA ORANMIYAN", seu bastão de comando na guerra e uma grande pedra em forma de laje "ASA ORANMIYAN", seu escudo.

Lendas de Ossayn

Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturas mágicas com os vegetais, raízes e folhas.

Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como o conhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seus segredos e não deixava ninguém apanhar folhas em suas florestas.

Oyá (Yassan) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, e nada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seus respectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não se conformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foi tão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossain gritava: "Minhas folhas, minhas folhas". A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo, possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim, os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiam dispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta.

Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (da cor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar os campos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar as plantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente.

Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo.

Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diante de um ser encantado e de grande conhecimento. Ao invés de castigá-lo, deu-lhe uma posição de destaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar os segredos das folhas.

II

OSSAIN, O SENHOR DAS FOLHAS

Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.

Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.

Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente.

Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta.

Eles dependiam de Ossain para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.

Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar a Ossain a propriedade das folhas.

Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.

Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas.

"Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.

Iansã aceitou a missão com muito gosto.

O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.

A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.

Os orixás se apoderaram de todas.

Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.

E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto.

Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.

III

Desde garoto, Ossain gostava mais de ficar sozinho vagando pela mata do que na companhia da família. Muito cedo, ele saiu de casa e foi morar no meio da floresta, onde se dedicou a estudar os poderes mágicos e medicinais das plantas. Depois de algum tempo, ele sabia tudo sobre o assunto e, quando alguém precisava de um remédio ou feitiço, recorria a ele.Mas ele guardava as folhas numa cabaça e não mostrava para ninguém. Os outros orixás ficaram aborrecidos por dependerem dele. Decidiram fazer alguma coisa, e Iansã se dispôs a resolver o problema. Foi ao encontro de Ossain e fez soprar uma ventania que derrubou a cabaça e espalhou as folhas. Então, cada Orixá correu e pegou um pouco para si. Ossain só conseguiu guardar as mais secretas, mas continuou dono do poder mágico, e por isso todos têm de lhe pedir licença para usar as folhas.

IV

Houve um rei que tinha três filhas muito bonitas. Quando elas chegaram à idade de casar, o rei disse que a mais velha casaria com quem adivinhasse o nome das três. Muitos pretendentes apareceram mas todos fracassaram; até que um dia chegou à cidade um rapaz que todos chamavam de Aroni, o aleijado, porque tinha uma só perna. O aleijado se apaixonou pela filha do rei e se apresentou como pretendente. O rei lhe deu um prazo de três dias. Passeando perto do palácio, o aleijado descobriu um arvoredo onde as princesas passeavam. Subiu num pé de Obi e, quando elas apareceram, fingiu ser o Deus da Árvore e deu a cada uma delas uma noz de cola. Em troca delas disseram seus nomes. No dia marcado, foi à presença do rei, matou a charada e casou com a princesa. Só então revelou que era Ossain, o deus das folhas.

V

Quando Ossain nasceu, os pais o deixaram nu. Por isso, ele cresceu cheio de ressentimento contra eles. Vivia mais na floresta que em casa, e assim aprendeu os segredos das folhas. Um dia, jogou um feitiço sobre o pai, que não conseguia respirar, e só o curou quando o pai lhe deu uma roupa e um gorro; e assim Ossain não precisou mais se vestir de folhas. Depois, jogou um feitiço na mãe, que ficou com dor de barriga; e só a curou quando ela lhe deu um pano listado. Quando teve um filho, Ossain teve medo de que ele o tratasse como ele tratara o pai; então, matou-o e fez um pó de seu corpo. Mais tarde, usou esse pó para curar o rei, que em recompensa o cobriu de honrarias.

VI

Quando Ossain trabalhou para Olorum, recebeu a função de ajudante do adivinho Orumilá. Mas como ele sabia muito sobre ervas medicinais, não quis ser inferior ao outro. Para testá-los, Olorum resolveu enterrar os filhos dos dois por 7 dias; o que respondesse primeiro quando fosse chamado, venceria. Orumilá consultou Ifá, que o aconselhou a fazer oferendas a Exu. Orumilá obedeceu e Exu mandou um coelho levar comida para Sacrifício ( o filho de Orumilá ). Remédio, o filho de Ossain, usou seu poder mágico para falar com Sacrifício, a quem pediu comida; este lhe deu, com a condição de que Remédio não respondesse quando o chamassem. Ele assim fez e Orumilá venceu a prova. Em agradecimento, compartilhou o poder de adivinhação com Exu.

VII

Quando Orunmilá veio ao mundo, quis um escravo para lavrar o seu campo. Comprou um no mercado. Era Ossayn. Quando Ossayn ia começar a sua tarefa de cortar as ervas, gritou: "impossível cortar esta erva, já que é muito útil" servia para baixar a febre; a segunda sanava as dores de cabeça, e também recusou cortar; a terceira acabava com as cólicas. E disse: "Em verdade, não posso arrancar ervas tão úteis.

Orunmilá tomando conhecimento da conducta do escravo, demonstrou o seu desejo de ver essas ervas, que Ossayn não queria cortar já que mantinham o corpo saudável e decidiu que Ossayn lhe poderia ser útil e por isso estaria sempre ao seu lado explicando-lhe as ervas, e as folhas no momento da consulta".

VIII

Como Òsanyìn descobre o nome das folhas.

Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas.

Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ?

Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra.

Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho.

Perguntou: Òsanyìn onde vai?

Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios".

Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pôde apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes.

Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia.

Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos.

Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.

IX

Ossayn, o Curandeiro

Desde pequeno Ossayn andava metido mata a dentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Ossayn resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro.

Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. Ossayn não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico.

Tempos depois, a mãe de Ossayn adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Ossayn exigiu o pagamento de sete kauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete kauris e sua mãe foi salva. Ossayn curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.

Lendas de Ikú - Morte

Tudo o que nasce, um dia morre; qualquer coisa, animal ou indivíduo, mais dias ou menos dias morrerá.

Se pensarmos bem, veremos que a vida e a morte são faces da mesma moeda: a existência.

Em nossa cultura ocidental em geral, ensinaram-nos a temer a morte, como se ela fosse a pior coisa que poderia nos acontecer. E, ainda desde criança, criaram em nossas mentes algumas imagens para esteriotipar a morte como a figura de alguém vestido com uma túnica longa, usando um capuz cobrindo não somente a cabeça mas, escondendo a face que nunca aparece, por estar sempre na penumbra formada por esse capuz; ou então, uma outra figura também de túnica longa, com o rosto de uma caveira, também com a cabeça encoberta por um capuz e segurando em suas mãos um grande cajado terminado em feitio de foice; isto, para enfatizar a função do "ceifador de vidas", de quem ninguém jamais escapará.

A história Yorùbá como sabemos, é pródiga em pequenas lendas; para tudo ou quase tudo há sempre uma historinha explicando o porque daquilo. Como não poderia deixar de ser, Ikú (a Morte), também tem suas histórias interessantes. E uma delas conta que: Ikú, era um jovem guerreiro, forte e muito bonito. Sua beleza era tamanha que impressionava tanto às mulheres quanto aos homens.

As mulheres encantavam-se tanto com sua bela figura que onde quer que o vissem, acompanhavam-no só para poderem continuar admirando aquela criatura tão encantadora. Não podiam desviar os olhos dele.

Os homens, embora tentassem disfarçar ou não quererem admitir que estavam encantados com a beleza de Ikú, também acabavam seguindo-o. Alguns do tipo machão, diziam que seguiam-no somente por curiosidade de saber quem era e onde morava.

Só que Ikú morava no Igbó-Ikú (Floresta dos Mortos ou Floresta da Morte), de onde quem quer que fosse até lá e entrasse, jamais sairia; nunca mais seria visto, pois fôra para o Igbó-Ikú.

E todo o encanto e beleza de Ikú, tinham justamente o objetivo de chamar a atenção das pessoas e atraí-las, e que inadvertidamente seguiam-no e adentravam no Igbó-Ikú, o reino dos mortos, onde, evidentemente, o rei era o próprio Ikú e de onde não é permitido a ninguém retornar, uma vez ali adentrado.

Em outra história, Ikú está ligada ao mito da criação dos seres humanos. Conta a lenda que Olódùmarè, ao decidir criar o ser humano, designou essa incumbência Òòsààlà, que teve a necessidade de obter o material adeqüado para aquele propósito. Pensou e achou que o melhor material para moldar os seres humanos seria amòn (o barro) formado pela mistura de terra e água. Então, Òòsààlà que fôra incumbido daquela tarefa por Olódùmarè, ordenou a Èsù o mensageiro, que fosse buscar um pouco de lama para que Ele pudesse executar sua tarefa.

Como era corrente e sabido por todos, não havia nada que Èsù não pudesse realizar, e a tarefa parecia super fácil para ele. Mas, ao chegar ao local, quando Èsù meteu a mão na lama arrancando-a, Ayé (a Terra) chorou porque estavam arrancando parte dela e ela sentia muita dor com aquilo. Embora Èsù tivesse fama de mau e implacável, ficou mortificado de pena de Ayé e deixou a lama para lá. Regressou a Òòsààlà e relatou o acontecido. Òòsààlà então chamou Ògún, este sim, guerreiro intrépido e destemido que em batalhas matava o inimigo até mesmo brincando, resolveria aquele pequeno problema. E lá se foi Ògún. Em lá chegando, quando ele retirou a lama para colocar em sua làbà (bolsa capanga), Ayé caiu em prantos lamentando-se. Ògún também ficou penalizado ora, Ayé não lhe fizera nada de mal e ele não estava zangado, e assim, não tinha ímpeto suficiente para feri-la. E também voltou a Òòsààlà para explicar o seu fracasso em cumprir sua missão.

Assim, um a um dos Òrìsà que foram incumbidos por Òòsààlà para aquela mesma missão, voltava com a mesma desculpa: ninguém foi capaz de tirar a lama de Ayé, cada qual com suas qualidades que o recomendava com a certeza do cumprimento da tarefa, mas, tudo em vão.

Foi aí que Òòsààlà chamou Ikú, deu-lhe a àpò (bolsa) e mandou-o para executar a tarefa que todos os demais ìmolè tinham fracassado em cumprir. Então, Ikú ao chegar na terra começou a retirar a lama de Ayé, e ela chorou, mas, Ikú não se importou com o pranto dela e pegou toda a lama de que precisava e retornou a Òòsààlà com sua missão cumprida.

Então, após moldar os seres humanos, Òòsààlà plantou uma árvore para cada um, para que ela lhe suprisse o oxigênio e desse continuidade à respiração, iniciada pelo sopro divino de Olódùmarè pois, Olódùmarè o Criador Supremo, insuflou o seu hálito (èémí) para dar vida e mobilidade aos seres humanos. E disse a Ikú que, como fôra ele quem retirara o material necessário para moldar os seres humanos, em qualquer época que se fizesse necessário, ele estaria também incumbido de levá-lo de volta para recolocar em seu lugar de origem, após a utilização daquele material. Por isso é, que quando chega a época da devolução daquela porção do material primordial, Ikú é quem vem buscar a pessoa para recoloca-la em seu lugar original.

Visto assim, do ponto de vista das lendas Yorùbá, Ikú (a Morte) não é aquela coisa tenebrosa que nos incutiram desde a mais tenra idade. Ikú, para os Yorùbá tradicionais é ao mesmo tempo, o fornecedor primordial e o restaurador da matéria retirada e fornecida por Ele próprio, sendo Ele assim o princípio e fim, o princípio e o fim e, e o princípio e o fim..., e assim sucessivamente, num eterno círculo, onde não há início nem final, que está sempre recomeçando.

Lenda de Erinlè

Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales.

Os adivinhos lhe disseram:

"Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo.

Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz."

Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa.

Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlê.

Erinlê é um caçador.

Erinlê é também um guerreiro.

Erinlê é, além de tudo, um orixá.

Esta amizade foi grande.

Erinlê tomou dinheiro emprestado a Orunmilá. O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios.
Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlê teria de reembolsar o empréstimo.

Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá.

"Onde poderei encontrar este dinheiro?"

Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa.

Erinlê exclamou:

"Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?"

Erinlê tinha um talismã na mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse.

Erinlê foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água.

Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse:

"Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele."
Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa.

Os filhos de Erinlê fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam ir
Com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram.

Percorreram todos os lugares onde Erinlê costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erinlê entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água.
Esta água começou a escorrer.

Esta água era abundante.

Os filhos saudaram o pai assim:

"Oh! Erinlê, o caçador, retorne à casa!

Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!"

E chamaram Erinlê, sem descanso.

Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlê lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram.

Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlê cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Dede que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô!

No mesmo momento em que Erinlê, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.

LENDAS DE IROKO I

No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroko. Iroko foi a primeira de todas as árvores, mais antiga que o mogno, o pé de obi e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Iroko, morava seu espírito. E o espírito de Iroko era capaz de muitas mágicas e magias. Iroko assombrava todo mundo, assim se divertia.

À noite saia com o alugbongbo na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal. Todos temiam IroKo e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.

Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. Já não havia crianças pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi então que as mulheres tiveram a idéia de recorrer aos mágicos poderes de Iroko.

Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face a face, pois, os que olhavam Iroko de frente enlouqueciam e morriam. Suplicaram a Iroko, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o que teria em troca. As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroko milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar. Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer. Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a IroKo o primeiro filho que tivesse.

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar a Iroko suas prendas. Em torno do tronco de Iroko depositaram suas oferendas. Assim Iroko recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contou toda a história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao menino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos, temerosa, a filhinha tão querida. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criança longe da árvore. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Iroko, entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o temível espírito da árvore. Disse Iroko: "Tu me prometeste a menina e não cumpriste a palavra dada. Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa." E transformou Olurombi num pássaro e ele voou para a copa de Iroko para ali viver para sempre.

Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte. Ele mantinha a menina em casa, longe de todos. Todos os que passavam perto da árvore ouviam um pássaro que cantava, dizendo o nome de cada oferenda feita a Iroko. Até que um dia, quando o artesão passava perto dali, ele próprio escutou o tal pássaro, que cantava assim:

"Onikaluku jeje euwre,euwre,euwre

Onikaluku jeje agutan,agutan,bolojo

Olurombi jeje Omo re,omo re a pon bi epo

Olurombi o, jan-jan Iroko, Iroko, jan-ján

(Todo mundo promete cabra

Todo mundo promete ovelha bonita

Prometeu a filha bonita, uma abiku muito linda

Olorumbi não cumpriu o prometido a Iroko

Com isso perdeu tudo)

Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudo imediatamente. Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Iroko. Ele tinha que salvar sua mulher! Mas como, se amava tanto sua pequena filha?

Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta, escolheu o mais belo lenho de Iroko, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido. O fez com os doces traços da filha, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau com as melhores roupas da menina e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos. Quando pronto, ele levou a menina de pau a Iroko e a depositou aos pés da árvore sagrada. Iroko gostou muito do presente. Era a menina que ele tanto esperava!

E a menina sorria sempre, sua expressão, de alegria.

Iroko apreciou sobremaneira o fato de que ela jamais se assustava quando seus olhos se cruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas, com medo de o olhar de frente. Iroko estava feliz.

Embalando a criança, sua pequeno menina de pau, batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a antiga promessa, Iroko devolveu a Olurombi a forma de mulher.

Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou para o marido artesão e para a filha, já crescida e enfim libertada da promessa.

Alguns dias depois, os três levaram para Iroko muitas oferendas. Levaram ebo de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore.

Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi..."

Até hoje todos levam oferendas a Iroko. Porque Iroko dá o que as pessoas pedem. E todos dão para Iroko o prometido..."

Esta bela ìtàn nos mostra como devemos tratar Iroko , sempre que lhe pedimos algo é de suma importância pagarmos o prometido pra não cairmos em seu desagrado , outra coisa é muito comum nas cidades nigerianas vermos em baixo do pé de Iroko geladeiras, bicicletas, jóias, etc... geralmente as famílias pagam a Iroko o que tem de mais valioso em sua casa.

II

Orixá protetor da natureza, filho de Odudua e Tempo, é responsável pela sustentação de toda a vida na Terra.

Irocô ( do iorubá Irocò ) influi na vida das pessoas no sentido de aprofundar as raízes, através de um desenvolvimento lento, que traz com o passar dos anos a solidez e a segurança.

Não é um orixá de incorporação, pois prefere ficar cuidando e zelando junto de seus filhos Iansã, Obá e Oxóssi.

Protetor da natureza, da vitalidade humana e da sustentação da vida material.

III

Não Devemos Quebrar Promessas Feitas aos Voduns

Esta é a história de um homem pobre que se chamava Kakpo. Esse fato aconteceu em Tendji. Há muito tempo, Loko era uma árvore sagrada. Havia um homem pobre que trabalhava com o machado. Ele cortava árvores para conseguir madeira. Um dia, encontrou uma árvore boa para cortar. Ele foi cortar Loko. Loko lhe disse: - Não me corte. Nenhum homem deve me cortar. Há três Voduns que vivem na árvore de Loko: Dan, Dangbe e Tohwivo, do clã de Ayato, uma vila em Abomey. Loko tem sete tipos de pequenas cabaças duplas. Loko disse ao homem: - Vire-se para mim. Se eu lhe der riquezas, você fará tudo que eu mandar? O homem lhe respondeu: - Sim! Loko deu-lhe sete das pequenas cabaças duplas e disse-lhe: - Encontre um bom lugar e quebre uma na terra. Se eu der as riquezas você me dará um boi anualmente? - Sim, respondeu o homem. Aquele lugar onde o pobre homem quebrou a primeira cabaça tinha se tornado sagrado. Quebrou então a segunda. Muitas casas apareceram. Quando quebrou a terceira cabaça as casas foram cercadas por paredes. Com a quarta, redes, bancos e almofadas apareceram, tudo que era necessário à um rei. Quebrou a quinta cabaça e viu muitas pessoas nas casas. Com a sexta surgiram cavalos. Montou um cavalo. Quando quebrou a sétima cabaça encontrou Fa e Legba, e não apenas as coisas para adorá-los. Mas Kakpo não deu a Loko o boi que lhe tinha prometido. Loko se transforma em um homem pobre, usando roupas de ráfia, e vai pedir água a Kakpo. Encontrou o Minga de Kakpo, que se tornou rei. O Minga disse: - Sai daqui! Que tipo de homem é você que veste-se com roupa de ráfia? E Loko foi afastado. Voltou uma segunda vez. O Minga surrou-o com um chicote. Loko foi embora. Voltou uma terceira vez. Os aldeões estavam ocupados em cultivar para o chefe. Bateram em Loko novamente. Desta vez, Loko começou a cantar uma canção: - "Ponham aqui as sementes, venham aqui e dancem para mim, seus dançarinos que dançam bem". Loko cantava assim e, enquanto cantou, todas as pessoas que cultivavam desapareceram. Kakpo ficou pobre outra vez. Loko deixou-o somente com um pano de ráfia. Fa retornou ao seu reino. Kakpo foi outra vez à Loko. Diante dele, encostou sua testa na terra e implorou que Loko o perdoasse. Disse: - Eu lhe darei o boi que havia prometido.

Mas Loko recusou. Kakpo e sua vila viveram o resto de suas vidas pobremente

IV

Iroco ajuda a feiticeira a vingar o filho morto

Iroco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era Ajé, a feiticeira, a outra era Ogboí, que era uma mulher normal. Ajé era feiticeira, Ogboí, não. Iroco e suas irmãs vieram juntos do Orun para habitar no Ayê. Iroco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé teve só um, um passarinho.

Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé. Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o filho pássaro com Ogboí. Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer um passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que ser um pássaro. A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, que seus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e comeram o filho de Ajé. Quando Ajé voltou e se deu conta da tragédia, partiu desesperada à procura de Iroco. Iroco a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Iroco vingou Ajé, lançando golpes sobre os filhos de Ogboí. Desesperada com a perda de metade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogboí ofereceu sacrifícios para o irmão Iroco. Deu-lhe um cabrito e outras coisas e mais um cabrito para Exú. Iroco aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.

Ogboí é a mãe de todas as mulheres comuns, mulheres que não são feiticeiras, mulheres que sempre perdem filhos para aplacar a cólera de Ajé e de suas filhas feiticeiras.

Iroco mora na gameleira branca e trata de oferecer a sua justiça na disputa entre as feiticeiras e as mulheres comuns.

[ Lenda 80 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

V

Iroco engole a devota que não cumpre a interdição sexual

Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro. Ela foi consultar o babalawo e o babalawo lhe disse como proceder.

Ela deveria ir à árvore de Iroco e a Iroco oferecer um sacrifício. Comidas e bebidas que ele prescreveu a mulher concordou em oferecer. Com panos vistosos ela fez laços e com os laços ela enfeitou o pé de Iroco. Aos seus pés depositou o seu ebó, tudo como mandara o adivinho. Mas de importante preceito ela se esqueceu. A mulher que queria ter um filho deu tudo a Iroco, quase tudo. O babalawo mandara que nos três dias antes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais. Só então, assim, com o corpo limpo, deveria entregar o ebó aos pés da árvore sagrada. A mulher disso se esqueceu e não negou deitar-se com o marido nos três que precediam o ebó.

Iroco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quase totalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajuda e toda a aldeia correu para o velho Iroco. Todos assistiam ao desespero da mulher. O babalawo foi também até à árvore e fez seu jogo e o jogo que o babalawo fez para a mulher revelou sua ofensa, sua oferta com o corpo sujo, porque para fazer oferenda para Iroco é preciso ter o corpo limpo e isso ela não tinha.

Mas a mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada. Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher. Todos cantaram e dançaram de alegria. Todos deram vivas a Iroco.

Tempos depois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitou agradecida a planta imensa. Ofereceu-lhe tudo do melhor, antes resguardando-se para ter o corpo limpo. Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalawo e ele leu o futuro da criança: deveria ser iniciada para Iroco. Assim foi feito e Iroco teve muitos devotos. E seu tronco está sempre enfeitado e aos seus pés não lhe faltam oferendas.

Como Olokun se torna a Rainha das Águas

Olokun, senhora das águas, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas lavasse o rosto. Se alguém recolhesse água em seu leito, recolheria, também, areia. Porque ela estava pobre de água.

Olossá, senhora da lagoa, consulta Ifá, numa época em que suas águas não eram bastantes para que alguém nelas, lavasse os pés. Se alguém quisesse com elas lavar os pés, sujar-se-ia de lama e areia. Pois havia, na lagoa, muito pouca água.

Olokun e Ôlossá foram, ambas, aos pés de Orunmilá rogar-lhe examinar os seus casos. Poderiam elas tornar-se as maiores do mundo?

Orunmilá respondeu que se elas pudessem fazer as oferendas que ele escolhera para elas, suas vidas seriam um sucesso. Ele disse que Olokun deveria oferecer duzentas cobertas pretas, duzentas cobertas brancas, um carneiro e vinte e seis mil búzios da costa. Depois ele recomendou a Olossá que fizesse o mesmo. Olokun fez as oferendas. Ela empregou tudo o que possuía. Ela chegou a empregar-se, como serva, para completar as oferendas.

Olossá fez também as oferendas com tudo o que possuía. Mas suas oferendas não foram completas, porque ela não encontrou onde se empregar.

Oxum, o rio, elegante senhora do pente de coral, consultou Ifá no dia em que ia conduzir todos os rios.

Os rios não sabiam em que direcção seguir.

Eles correriam para a frente ou para trás?

E haviam pedido o conselho de Oxum.

Ifá respondeu: "Tu, Oxum, vais a um certo lugar e, neste lugar, serás muito bem recebida. Os outros rios te seguirão. Nenhum outro poderá proceder-te em nenhum lugar onde estejas presente."

Oxum reuniu todos os rios, e os rios seguiram todos juntos. Quando chegaram à beira da Lagoa (osa) eles a cobriram completamente, quando deixaram a lagoa, eles cobriram completamente o mar (okun). Foi colocada a questão quem seria a rainha das águas.

Olokun declarou: "O território onde vocês se encontram é meu!"

Eles discutiam aqui e ali. Olodumaré manifestou-se então: "A que possui o território é a rainha!"

Olokun foi por direito a rainha. Olossá disse aos rios que se retirassem das suas terras, mas os rios não encontraram saída por onde passar. Assim, Olossá foi eleita segunda pessoa de Olokun. A cada ano, todos os rios vêm adorá-la.

Foi assim que Olokun e Olossá se tornaram populares na Terra e famosas no mundo dos Deuses.