quarta-feira, 3 de março de 2010

LINHA DAS CRIANÇAS - COSME E DAMIÃO

Falando de Orixás, não dá para não falar da Linha das Crianças, outra linha de trabalho na Umbanda.

Quando falamos na linha das crianças, estamos falando de uma das linhas mais próximas do Divino Incriado. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.

Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.

É importante também, contar a história de São Cosme e São Damião:

São Cosme e São Damião eram irmãos gêmeos e nasceram na Arábia por volta do século III, em meio a uma nobre família. Estudaram medicina na Síria, e depois foram para Egéia. Circunstâncias desconhecidas os colocaram em contato com o Cristianismo e se tornaram animados discípulos de Cristo.

Aproveitando da sua arte médica, mas confiando muito mais no poder da oração e na confiança em Deus, os dois irmãos continuavam a exercer a medicina, conseguindo êxito extraordinário. Não recebiam pagamento por seus serviços médicos - daí serem chamados "anárgiros", ou seja, que "não são comprados por dinheiro" - porque seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã. De fato, conseguiram deitar a semente cristã em muitos corações e numerosas foram as conversões.

Assim viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. No entanto, esta atividade devia chamar a atenção das autoridades, ainda mais que tinha estourado a terrível perseguição do Imperador Diocleciano contra os cristãos, por volta do ano 300. O Governo Imperial, então, ordenou a prisão dos dois médicos, sob acusação de inimigos dos deuses pagãos.

Perante o tribunal, o governador os interpelou sobre sua pátria e religião. Acusados de se entregarem a feitiçarias e usar meios diabólicos para disfarçar as próprias curas, eles responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". "É preciso que adoreis os deuses, sob pena de cruel tortura", disse o governador. Ao que eles responderam: "Teus deuses não têm poder algum; nós adoramos o Criador do Céu e da Terra !"

Como se recusassem a renunciar a seus princípios religiosos, o governador mandou aplicar-lhes tormentos bárbaros. Vendo, porém, que estes processos eram inúteis, deu ordem para que fossem decapitados. Cosme e Damião morreram mártires em 303, na Egéia.

Seus restos mortais foram transportados para Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. Uma parte das relíquias foi levada, no século VI, à Roma, e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. No Brasil, em 1530 construiu-se uma igreja em Igaraçu PE, em honra aos santos Cosme e Damião.

São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos. Por causa da sua simplicidade e inocência, são invocados também como protetores das crianças.

Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.

O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.

Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.

Na Linha das Crianças ou Linha de Cosme, Damião e Doun - este sempre esquecido, e é tão importante, porque trás o equilíbrio.

Segundo José Francisco Holwat Gusmão, vendedor de artigos de Umbanda e Candomblé do Rio de Janeiro, Doum surgiu por coincidência, seria uma lenda. A estória que ele conta é a seguinte:

No princípio ele vendia ervas, produtos animais e velas num tabuleiro próximo à estação. Ao melhorar os negócios,resolveu estabelecer-se, adquirindo as instalações de uma joalheria falida das imediações.

Em uma das vitrines, ele passou a expor os santos comemorados naquele mês. Um garoto que trabalhava com ele, ao arrumar as imagens separadas de São Cosme e São Damião, deixou cair uma e que se quebrou, então ele teve a idéia de colocar a imagem restante junto a uma outra de tamanho maior.

As pessoas, que já tinham por costume chamar aos dois santos de "dois-dois", ao verem a arrumação da vitrine, perguntavam-lhe: quem é o baixinho no meio dos "dois-dois"? E o garoto respondia: "no meio dos dois-dois, só pode ser o doum".

E assim as pessoas se encarregaram de perpetuar essa figura exclusiva da Umbanda que representava uma criança.

Segundo outra versão, os negros chamavam Doum ao filho gerado e nascido depois de um parto de gêmeos.

Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru.

Uma característica marcante na Umbanda em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças .

Existem poucas informações sobre Doum, mas nos trabalhos as Entidades costumam falar de sua importância, para não ser esquecido, pois trás muita confusão, quando o é esquecido. Ele representa o equilíbrio.

O fato de serem gêmeos, está associado à dualidade da vida, como por exemplo: a alegria e a tristeza, o masculino e feminino, o fim e o recomeço, etc. A sua correspondente dualidade se prende ao fato de que já conviveram juntos mesmo antes de nascerem e se apresentam sob o aspecto humano de "duas" crianças. Estes Orixás protegem os seres vivos no início de seu desenvolvimento. Sua vibração determina o equilíbrio entre os opostos, o que dá como resultante a plenitude da vida.

Os filhos de Ogum são a presença mais alegre da Umbanda. A presença das crianças na Umbanda traz renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas, pelo ar inocente que traz na face do médium. Aliás essa linha é fácil de perceber a incorporação pois o semblante da pessoa fica suave, sua voz mais fina e sempre com aquele ar de criança.

Por sua natureza e pelos padrinhos da linha A linha de Cosme e Damião também traz a cura para os males do corpo e do espírito, além de darem proteção e benção extra as crianças. Podem aparecer no decorer do ano, mas o seu dia de comemoração acaba virando uma grande festa de aniversário, onde tem bolo, bexigas, doces e refrigerante, não faltando é claro o "Parabéns à você", este dia é comemorado no dia 27 de Setembro.

Segundo o calendário da Igreja Católica, estes santos são homenageados em 26 de setembro, mas a população festeja o dia 27 de setembro, por ser essa a data de inauguração da basílica em sua homenagem, feita pelo Papa Felix IV.

Em geral, as cores que os representam são o azul e o rosa, sendo que geralmente são conjugadas com o branco.

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